não há ficção que bata o telejornal

Ver o telejornal é nos dias que correm uma experiência próxima a uma ida ao Fantasporto, fora da época:o inverosímil e fantástico, o core em raciocínio e afirmações chegam a lembrar o "Braindead", esse fazia rir já que estavamos em terreno da ficção e era exercício lúdico mas nas notícias chego a ficar com pele de galinha e não é pelo que mostram(escusado focar esses casos de falta de critério e espírito abutre) mas pelo que dizem como se fosse "normal",em jeito de relato imparcial, e terror dos terrores "falam a sério".
Dois exemplos para ilustrar este estado de coisas que,"para ajudar a mãe que é nova",chegam do topo:O Supremo e o Ratzinger.
Um caso de supostos maus tratos que ocorreu com uma inqualificada auxiliar educativa( fechou uma criança numa despensa às escuras;deu estalos noutra, palmadas noutra e atou à cama uma outra "para que não perturbasse o seu descanso matinal"(sic)) resultou numa pena suspensa de 18 meses, uma vez que só o último episódio referido foi sujeito a pena e tal processo transitou para o Supremo.Aí foi confirmado o procedimento judicial da estância anterior e saiu daí um acordão justificativo.
As linhas acima descrevem um processo que se passa numa instituição com portadores de deficiência e a arguida hoje trabalha nas limpezas.
O que mais me fez "pele de galinha" foi ouvir a justificação, serena,serena, do Supremo:compreendeu a senhora, justificou com falta de folgas a sua "saturação" e defende ainda que nada há de grave com uma palmada, um estalo ou mandar a criança para o quarto como forma de incentivar e reprimir comportamentos.Achei todo aquele discurso "um erro de palmatória".Quando voltarão os ponteiros e as reguadas à sala de aula?na mesma lógica, não?E subjacente está outro erro que é o de equiparar "bom pai" a quem cuida das crianças como profissional, por mais vocacionado que seja!
creepy:"pode-se bater...mas só um bocadinho..."parece dizer o Supremo!Rica lição!
Sugiro que leiam a lei inglesa...só para tirar umas ideias.
O outro espanto é mais "soft", foi um choque tecnológico (e não sei bem como irá ser a próxima confissão do nosso primeiro!): acabo de ouvir que tempo na net é pecado!Ratzinger dixit.Deve ler-se a Biblia.Sou assaltada por pecaminosa dúvida:"E ler a bíblia online?"
ai,ai, isto parece Fellini!!