Saturday, December 03, 2005

4 coisas




1.As casas feitas de pó, de sacos de aspirador usados,podem ver-se aqui .

2.Entretanto como resposta à Vica, deixo duas frases :

A perseverança é a mãe da boa sorte.(autor desconhecido)
Sem esperança não surge nada inesperado.(Murilo Mendes)

3.Li que a Guarda Costeira americana não está a admitir tatuados(a não ser que a tatoo fique escondidinha!

Body painting not allowed!



4.Falou-se em Pessoa esta semana, assisti a conversas em torno do autor .
diz Pessoa:
ser descontente é ser Homem





Nunca conhecí quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasito,Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,Nunca foi senão príncipe —todos eles príncipes— na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não uni pecado, mas uma infâmia;Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ô príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que hà gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos —mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza

na versão Castelhana
Nunca conocí a quien le hubiesen dado de bofetadas.
Todos mis conocidos han sido campeones en todo.
Y yo, tantas veces bajo, tantas veces guarro, tantas veces vil,yo tantas veces irreplicablemente parásito,indisculpablemente sucio,
yo, que tantas veces no he tenido paciencia para bañarme,
yo, que tantas veces he sido ridículo, absurdo,que he ocultado los pies públicamente en las alfombras de la etiqueta,que he sido grotesco, mezquino, sumiso y arrogante,que he sufrido afrentas y callado,que cuando no he callado, he sido más ridículo aún;
yo, que les he sido cómico a las criadas de hotel,
yo, que he sentido el guiñar de ojos de los mozos recaderos,
yo, que he hecho vergüenzas financieras, pedido prestado sin pagar,
yo, que, cuando la hora del puñetazo surgió, me he agachadohacia afuera de la posibilidad del puñetazo;yo, que he sufrido la angustia de las pequeñas cosas ridículas,
yo verifico que no tengo par en todo esto en este mundo.

Toda la gente que yo conozco y que se habla conmigonunca tuvo un acto ridículo, nunca sufrirá afrentas,nunca fue sino príncipe
—todos ellos príncipes— en la vida...
¡Quién me diera oír de alguien la voz humana
que confesase no un pecado, sino una infamiaque contase,
no una violencia, sino una cobardía!
No, son todos lo ideal, si los oigo y me hablan.
Quién hay en este ancho mundo que me confiese que una vez fue vil,
Oh príncipes, hermanos míos,
¡coño, estoy harto de semidioses!¿
En dónde hay gente en el mundo?
¿Así que soy sólo yo que soy vil y erróneo en esta tierra?
Podrán las mujeres no haberlos amado,pueden haber sido traicionados —¡pero, ridículos nunca!
Y yo, que he sido ridículo sin haber sido traicionado,¿cómo puedo yo hablar con mis superiores sin titubear?
Yo, que he sido vil, literalmente vil,vil en el sentido mezquino e infame de la vileza.
daqui
Vai em versão dupla,uma vez que os irmãos não se escolhem, mas mais vale que se entendam!!

5 Comments:

At 4:04 AM, Blogger Luis Enrique said...

Espectacular texto.

 
At 6:15 AM, Blogger GNM said...

O meu poeta perferido! Excepcional poema!

Um bom resto de Domingo!

 
At 6:59 AM, Blogger nana said...

Chute,Sabia que ias gostar!
;)
gnm,também gosto muito de Pessoa!
Para ti também, bom Domingo!
;)

 
At 1:13 PM, Blogger Winston said...

un hombre barracho del pasado

 
At 2:00 PM, Blogger nana said...

não sei bem que queres dizer?!
Dunzo, na imagem é Fernando Pessoa
;)

 

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