Sunday, February 26, 2006

custa a crer e dói ouvir

Acredito que se a minhoca mal nasce é minhoca, o homem, bicho mais complexo,demora anos, décadas até o ser.Para ser Homem tem que aprender:posturas, maneiras, regras, valores.Desenvolver corpo e espírito, raciocínio e laços com os demais.
"Nada do que é humano me é estranho"dizia um filósofo e quando confrontados com uma barbaridade realizada por um semelhante, há um ponto da alma que treme.
ouvi nas notícias, li nos jornais e não consigo entender esta história macabra, nem há forma de amenizar o acto, prolongado, e suas consequências!!
"Grupo de crianças mata travesti de 45 anos"
"Como?", apetece perguntar porque a dúvida transborda:
Porquê?Porquê aquilo tudo?Porquê daquela forma?Porquê?
Que crianças andamos a criar, afinal??
Mas no fim das contas ver miúdos capazes desta crueldade, suscita revolta, espanto, indignação, mas são pobres criaturas:a crueldade é fruto de sofrimento, desnorte, carência de valores, falta de empatia, preconceito por falta de esclarecimento.
Não é desculpa, não deve suavizar pena ou castigo, mas remete para culpas outras, prévias:casos há em que se comenta "não estão sózinhos no crime, houve cúmplices", neste caso são vários os implicados, mas vítima e agressores eram seres "sózinhos".
Se o bem nada fizer, o mal dominará. Porque é um esforço e sinal de evolução dar a mão ao outro para ajudar.
Criar lobos, que actuam em matilha e que das caçadas retiram prazer não é tão difícil como formar um homem bom.
Aprendemos por exemplo, copiamos comportamentos e maneirismos.Com quem aprenderam estas crianças esta vontade de ferir? Quem foi o mestre da crueldade?
Não consigo compreender como se tornam as crianças indiferentes á dor alheia, a um olhar que pede ajuda?Não consigo entender como gelaram os corações destes miúdos!?
Não consegui entender ainda.

Wednesday, February 22, 2006

O Principezinho

O Principezinho não aparece a toda a gente.Pelo contrário:foge de muitos.E vai para tão longe que alguns não se lembram que ele existiu.Para recebermos o Pequeno Principe,temos que ter algo de semelhante a ele,entendê-lo,estender-lhe a mão em convite de passeio, não franzir o sobrolho às suas perguntas ou pedidos, disfarçar o espanto da sua presença e luz.

A vida faz-nos crescer, e às vezes. o que é pena, magoa-nos de tal forma que nos muda para sempre.Quando assim é, perdemos o sonhos, o passaporte para o futuro, é o fim das viagens.

Para recebermos o Principezinho temos de ser só nós: até nem é difícil, basta que num cantinho do coração permanece um sorriso; basta que haja vontade de fazer o mundo girar na nossa mão;basta não crescer demasiado.

Se queres encontrar o Principezinho, toda a magia da sabedoria que fica, aceita este conselho: começa por fechar os olhos e procura dentro de ti. Na portinha da alma em que encontrares a inscrição "Infância" espreita pelo buraquinho da fechadura; faz-te espião de ti mesmo- e verás que começarás a sentir um agradável cheirinho a rosa.....

em jeito de resposta à Caracolinha

espero que gostes!

ao som de Charles Aznavour

Tuesday, February 21, 2006

Parabéns belo idioma com arco-irís

Hoje é dia internacional da Língua portuguesa.Para quem estiver a par destas efemérides,é fácil constatar que celebramos o que estimamos, mas também também se pode enumerar os problemas do local, olhando o seu calendário: dia do coração, do colestrol, do não fumador, do professor, da criança, da mulher...de alguma forma os que estão em crise, em risco, em minoria, em situação frágil recebem um dia no calendário.Hoje calha ser dia da Língua Portuguesa.
Inevitável citar o verso pessoano:
A minha pátria é a Língua Portuguesa.
e a sacramental pergunta da palavra preferida.Dava para fazer o ranking de respostas e mãe e amor saem bem à frente.
Esta é a língua que me fere, a que me acalma e aquele em que sonho e com a qual vejo o mundo. Há uma palavra preferida por dia, já que mudam as conversas e os interlocutores.
Gosto da palavra conversar pelo que tem de cojunto, de equipa e pelo que tem de poético em origem.Gosto de conversas assim, que são como quem troca poemas.Conversas há mais dramáticas, vestimos com códigos e expressões personagens variadas, afastamo-nos do terreno poético, para o campo teatral. A línguagem é um jogo, não façam das palavras coisas sérias capazes de lembrar pedras.
A minha pátria é Língua Portuguesa.
a única, aquela em que me perco, encontro e cresco.
A mais bonita palavra é "obrigada", a seguir ao teu nome.


pic da nana

Arco-irís de Domingo à tarde

Friday, February 17, 2006

mais um vidrinho

Não sei se é karma, se o que é.
Eu gosto do meu mégane que os miúdos referiam como :”A stôra tem um “me engane”!
Gosto dele a valer, mas tem um ponto fraco, calcanhar de Aquiles que me tem saído caro:um vidrinho que é um apetite para larápios. Enfim já vou no 3º. Sou eu que alimento a linha de montagem da produção de vidrinhos.
A calamidade começa na minha área residencial que, como é bom de ver, é muito frequentada por amigos do alheio.
Vá lá não estragam mais do que o q.b!!Vi pior na televisão!
Não levaram nada de nota, deixaram casaco e cachecol para trás e à conta disto meto-me em despesas eu!
E a garagem continua exígua para os moradores, com mais colunas que o partenon e o golpe de vista não é o meu o ponto forte!
Queria um condomínio fechado com um parque exterior. Vou começar por pensar em colocar alarme. Houve uma altura que o autocolante já desmotivava. Agora vivem-se tempos perigosos, sendo que o único que beneficia com esta malandragem é a marca, com preços que são roubalheira dolorosamente consentida!!E para mais agravar o caso faltava a peça, leia-se o vidrinho, que só chegaria no dia seguinte.Resultado:sem viatura até ao dia seguinte!Caminhada pela frente, com pasta carregada e tudo.E no final, final uma neura sem descrição e uma indecente facturinha que ultrapassa os 90 euros, vá lá que oferecem lavagem!!!


Thursday, February 16, 2006

três passas e é isto

três passas e é isto
Tiram-me do sério, conseguem irritar-me, por mais que diga que não vale a pena reacções intensas a comportamentos que não se entendem, mas conseguem, fervo em água abundante via de regra mas há excepções.Quando me ralham é fervura pela certa, pode transbordar ou não, mas há sempre turbilhão cá dentro.E assim foi.
Depois de ter chegado a horas,dado a aula conforme o planeado e RE e apoio (Voluntário,leia-se não remunerado), tinha ainda acumulado recados que me chamavam ao Directivo, repetidamente. Perante tal insistência, julguei que aí viesse convite!!!ou que precisassem de mim para importante decisão( a sina dos temporários!!), como tal, pese a ironia, calmamente lá compareci, coisa última antes de deixar a escola.E que era?Pois bem fui enfaticamente proibida de fumar na escola,uma vez e outra vez para que eu percebesse, jamais fumar no Wc.À primeira ainda perguntei em jeito de "quebra-gelo" ou pico da Sharon Stone:
-Quê, não me digas que vais dizer ao Sócrates?
Quando repetiu as proibições, eu que em todas as escolas que estive tinha uma sala para fumadores!!e que ali sempre agi por imitação:
fumei numa sala, onde uma colega fumava, no dia seguinte preparava-me para fazer o mesmo gesto e a funcionária disse:"Não pode fumar aqui",eu que já passara por tal experiência encontrara uma fumadora no wc,limitei-me a dizer"Não tive tempo de ir ao portão"
Nem sempre dá tempo para tudo um intervalo e o portão fica bem distante!!Mas vai ter que ser.Quem pode, manda!
Mas nem é só pelas fumaças, que depois de um desafio de bola, os blocos lectivos têm 90 minutos, por vezes suadinhos, porque me empenho e entusiasmo,é pela rigídez e autoritarismo das normas.Passa a ser assim, doa a quem doer.E há coisas ainda piores do que as referidas: que é o facto de toda a gente acatar, formiguinhas de carreiro, colaborar com as proibições, e denunciar sabe lá Deus porquê!
Entretanto ser chamada por fumar na escola foi um revivalismo, estava a ver quando me dizia "Vou chamar cá os pais!!"
no momento do ralhete, eu era o cebolinha
se apanhasse o queixinhas,tal e qual a mónica!
no final, tal e qual a mónica a ver cebolinhas por toda a parte

Tuesday, February 14, 2006


Um excelente dia de S. Valentim.Muitos beijos, beijocas, chochos,osculos,trocas de cuspes,french kisses, linguados, marmelada, o que quiserem conforme o apetite,situa�ao e possibilidades...se puderem,festejem.

Monday, February 13, 2006

A bailarina again.

A sala continua quente, as velas continuam acesas indicando que a festa ainda não acabou, mas há um bilhete no meio do tapete.Espreitei o tapete conduzida pelo teu braço, a frase que aí consta é um susto, um alto resgate impossível de pagar, uma ameaça, uma insanidade, um grito em àrabe no meio da Cânara dos Comuns, palmas quando o recital ainda não terminou; Légível, mas incompreensível.A festa não terminou, vi-te dançar ainda há pouco. Dançar com sorrisos, dançar com palavras, tuas, minhas, dos outros. Com menor ou maior ritmo.O bilhete diz:" Não te levo para casa." e quase invisível a tua assinatura como remate da pequena folha.Podia ter desmaido, morrido, berrado, emudecido, chorado ou rido alto.Gostava de não ter unido as palavras, de não saber ler de todo, de apagar as pretas palavras do papel branco. E outras que se lhe seguiram...Mas ouço a música, sinto o calor na pele, vejo as luzes que (ainda)brilham.Por isso sei onde estou. Bailo no salão de festas. Como outros.Hoje és o terrorista. Mas as minhas palavras são a mala com o dinheiro, a nitroglicerina e a bandeira branca.Vi o papel conduzida pelo teu braço, a meio de uma dança leve.A sala continua com calor, luz e som. ainda que em actividades terroristas, danças bem. és um bom par e canto-te um refrão ao ouvido como resposta ao estalar de dedos que adoptaste como tique e ao sobrolho franzido que tomaste como máscara.Roupa escura, óculos escuros, cara fechada em dura expressão, assim se mostrou o bailarino que sem licença de porta de arma envergava uma arma potente: um indicador que mostra um improvável papel no chão, um detonador de sentimentos alheios. E a indumentária que trazia ajudava-o a assumir o papel escolhido para levar à cena. Sim, talvez se o bailarino envergasse um farfalhudo bigode,fosse tudo mais fácil!Nos segundos que medeiam entre um passo e outro na dança, agora mais lenta em virtude do susto,as dúvidas assaltam a bailarina. "Apetece-me dançar..." diz-lhe ela baixinho, para que ele sinta e não ouça;para que não o tome como um ataque; para que não mostre ele sinal de cansaço."Estou cansada da tua ausência, da luta pela tua presença, de analisar gestos, de ler no meio-dito.E vale a pena? Ainda sim, ainda acho que gastas XL na alma."murmura sem que sinta ou ouça.As dúvidas e o terror das certezas de cor escura começam a causar dores à bailarina que se serpenteava em saltos altos. Cada passo exige agora um pouco de pensamento estratégico, enquanto horas atrás, apenas o coração marcava o ritmo.a bailarina gosta de dançar. a bailarina gosta é de dançar. A bailarina gosta da música. Apesar do medo, do reflexo deste em dores de pés e algumas passadas mais desengraçadas, apesar das gotas de suor que agora nota no vestido, apesar de começar a reparar nos outros do salão pela primeira vez, apesar de tudo, viver para a bailarina é dançar, sentir o encantamento da música, dançar sempre, no topo do pátio, no coreto ou no arame. Dançar sempre.Respirou fundo à medida que a música se tornava um pouco mais lenta, um pouco menos audível, preparando-se para a outra faixa. A transição entre um música e outra não chega a provocar silêncio, apenas um enfraquecimento na intensidade do volume, sem parar,tal qual a continuidade que há na vida.Agora que o ritmo da dança abrandava, encontrava um momento para olhar em redor e observar o salão de baile em que decorria a sua vida. "De que é feito este espaço? O que me prende aqui nesta sala de dança?"- parecia perguntar o olhar da bailarina, olhar esse que se serpenteava em volta, girando e girando numa estranha coreografia com os objectos, com um ritmo próprio, acompanhando ou mesmo substotuindo o acto que há pouco tinha lugar na pista.Mas na pista de quê se movimentavam esses olhos caçadores?Susto e cansaço à bailarina não tinham provocado a imobilidade, o choro convulsivo ou a cegueira para a beleza do mundo. A dança continuava, já. Ela bailava com o olhar .

para uma menina que teve o nick flor
e agora é pétala

jump



E faz lembrar a musiquinha "Jump"!

Desanda.Mexe-te.Avança.Corre tudo isto cabe em "salta".

Desanda daí para fora

Mexe-te,não sejas lesma.

Avança, podes prosseguir, please.

Tudo isto cabe no "jump".

Vim cá num saltinho, um contratempo fez-me perder tempo, e vou ter que dar um pulo à garagem.

Vou num pé e venho no outro.

tive um problema.

pic da peça Como um carrocel à volta do Sol,

do Teatro de Marionetas do Porto,

em representação no Porto,

na Arca de àgua.

A peça é linda.Mesmo para quem não tiver

uma criança a levar como pretexto.

Conto ir ver outra vez.

Saturday, February 11, 2006

Que saudades do giz e da fartura de material

Não adianta andar aí às piruetas, o Romeu até se espanta e não fazes grande figura :video catita : Shake it baby...mas não exageres!

II-Canetas bem precioso.
O país está nas lonas, não é novidade, mas deparei-me com a paranóia da poupança.
Precisei de uma caneta durante a aula, assim começa a novela.O quadro é branco, modernidades,a ardósia é já do século passado e coisa ultrapassada.Mas no tempo da ardósia, nessa idade da pedra,não havia grande racionamento de giz, que existia em cores váriadas.Uma fartura.Giz , estão a ver?Material corriqueiro,vulgar de lineu.
Na aula procurava explicar a Subordinação:com frase no quadro como exemplo, instruções e frases para exercício.A caneta chiava,muito clarinhas saiam já as palavras, pedi 2ª caneta, ou que fosse substituida.Chegou a nova, vermelha, pela mão de uma aluna que trazia o recado:"no final é para devolver."Não tencionava ficar com ela, ia ficar na sala que fica fechada.Pousadinha no quadro.Intenção
minha mas não foi bem assim.Explico-me:Estava já na correcção e o efeito de contraste do vermelho garrido nas frases escritas a preto era lindo,notei que estavam "animaditos"huuum a subordinação não faz isto, não costumna haver sururu com conjunções,suborsinantes e subordinadas.E quando parei para olhar para mim. tinha as mãos pintadas de laranja vivo.Acabei a correcção ,ainda assim, e distribui outro exercício em fotocópia e só então fui lavar as mãos.Deitei a caneta no lixo pois deixou pintas laranja por todo o lado.Quando tocou, comuniquei tal à funcionária que me olhou incrédula:"Ao lixo?!"Isso é que não!!"
Está bem poupar, mas em canetas rebentadas?
Que saudades do giz!!
Podia ser pior:mais alunos por sala,serem barulhentos, falarem chinês...

Tuesday, February 07, 2006

mulheres no trânsito


Em resposta ao barulhento episódio de trânsito do asterisco,fica aqui a versão no feminino.
Agora com a imagem gentilmente cedida pelo supracitado *asterisco.



Dona Rosa conduz o furgão com genica, com energia vibrante quando carrega para trás e para frente as caixas dos croissants e das Mariazinhas, as madalenas e os queques.”C’um carago, já estou atrasada!!”
Assim começa a aventura matinal, tirar a carrinha da garagem, a que Rosa apelida “furgoneta” ou “furgão” conforme o estado de espírito e interlocutor:” Já viste a minha furgoneta?” ou “Vê lá se queres que te mande com o furgão?”são frases corriqueiras, sem que haja troca nos nomes! Parecidos, não iguais. Para ela um é doce outro bem mais amargo. um é elogio, outro é arma de arremesso. Ainda em slow motion mental, mas já de gestos rápidos, manobra a viatura e raspa-se dali para fora porque um minuto a mais e já a Rotunda dos produtos Estrela está em pantanas, tudo embarrilado, ambiente quente, mesmo com chuviscos.
A fulana do carro da frente insiste em pintar os lábios no semáforo ,não há pachorra, vai abrir o sinal e a madame na pintura! Só me faltava esta!!Olha a hora!!Nas aulas de condução o instrutor matraqueava-lhe a cabeça com direcções: faça assim e assado, não assim não, e para concluir, rematava com um “você, você é um espectáculo.” E não era elogioso!! Mas o facto é que a torturinha dera frutos, era agora uma condutora de truz. Não tinha ambições de Fitipaldi, já conhecera alguns aceleras, era desenrascada, safava-se bem.E agora a dondoca, que aparentava até ter carinha laroca,arranjava a juba com as duas mãos,”faltam segundos, anda lá….e a sorte foi a música do carro ter tomado conta da atenção da Rosa, já quase a pressionar a buzina. Por momentos serenou, cantou e tudo, mas eis que abre o semáforo, e a condutora não anda!!”Fogo, que se passa? Buziiiiiiiiiiinadela longa. O carro da frente nada.”Vais tomar aí o pequeno-almoço??”Cá para mim foi cartinha tirada por telefone??O carro da frente mexe-se ligeiramente, mas vai a baixo!”Há gente que mais valia ficar em casa.Consegue ultrapassar o obstáculo e já com a frase preparada atira-lhe:Confessa, saiu-te a carta no Juá. Mesmo que te pintes, olha que não vai ser grande o resultado….
O mulherio é danado, mau, mau e se for gorda passa a enorme vaca e se for magra a escanzelada cadela, mimos, que no final traduzem mais a pressa que outra coisa. Quando consegue encarar a condutora, dá de caras com um cabuludo, nada feio, com os lábios pejados de labello ou algo assim.
“Caiu-me tudo”,contaria ela mais tarde, à força de ouvir os homens a falar, usava expressões muito deles.”Valha-me Deus, sai-me da frente, caramelo, que não tenho o dia todo!! Até pensei que fosses gaja!!Afinal sai-me um metrosexual! Realmente,que tal usar o metro? Sempre dá para dar um jeito às sobrancelhas e parece que vejo um pelo a sair-te do nariz! Linha amarela, meu rapaz, linha amarela!!”grita-lhe ela desaustinada e segue a corrida para a pastelaria!

Monday, February 06, 2006

curiosidade de efeito rápido e "era a brincar"


Arejar é preciso











Na sala dos professores sou abordada por uma colega que com mil sorrisos me questiona:"À colega é nova cá na escola?"Respondo-lhe:"Sim, de certa forma...estou a substotuir a prof...de imediato o sorriso fechou-se,soltou um "Ah!" quase desconsolado e foi à sua vidinha, dando-me as suas belas costas.A isto se chama curiosidade rapidamente satisfeita.,fulminante, com um pico aos cinco segundos e esmorecimento( não em fade) abrupto."Já fui!" sem piscar de olhos ou acenar de mão!



II

O sentido de humor faz de nós homens.O riso mantem o grupo unido.O humor é terreno de subententidos,um jogo de descodificação.Ponto chave desta opinião,em tempos coléricos que opõem Dinamarca aos Muçulmanos, como se um país podesse ter tal alcance ou pretenção, a de abalar um povo, ou religião!Mas a oposição Ocidente e oriente é clara e a falarem línguas e linguagens diferentes jamais sorrirão à mesma piada.Mas o ponto da questão é que "era a brincar".
Em teoria não há temas proibídos, embora o bom senso nos seja dado na frase proverbial "Não fales de corda em casa de enforcado."Mas o riso tem propriedades extraordinárias, permite descomprimir, desdramatizar, relativiza,permite brincar, com palavras, sítuações,imagens, traços de carácter, só traços...Também rimos do que tememos,como quem assobia no escuro para espantar o medo.
Era bom que entendessem que foi a brincar.
Era bom que o mundo fosse um lugar onde fosse seguro brincar.
Estas manifestações violentas que tem como origem caricaturas(pese embora a proibição de representar o profeta, o caracter da questão envolve dogma e religião e logo se extremam as posições e aguzidam as convicções)lembraram-me o Nome da Rosa e o poder revolucionário do riso.O humor pode ser a pior das ofensas:o riso partilhado une, quando se é o alvo do riso, o caso muda de figura e sentes-te palhaço sem circo,com riso amarelo e ciente de estar a fazer figura de urso,pele que não te assenta bem.E aí, à força de te fazerem sentir urso, por defesa, por receio, por circunstância, por não perceber,mostras as garras ou fazes cara de mau:"já chega, não estou a achar graça nenhuma" ou "Com isso não se brinca" pode traduzir a expressão, ameaça ou prelação, dá igual.Andam às turras porque não riem do mesmo, sinal de distância, incompreensão.
Parece que é preciso ter muito juízo para saber brincar.
Bem sei que as sensibilidades são diversas, e que a liberdade ,a minha, acaba onde começa a do outro, mas cá a Ocidente temos grande sentido de humor, recordo o Life os Brian uma hilariante réplica da vida de Cristo e para exemplo fica este:
video com Jesus

é a brincar, já sabem. Era bom um mundo onde se brincasse muito,muito, sem perigo







E porque as certezas absolutas

podem toldar a vista fica aqui o "sunscreen".

Um bonito conselho:



Espero que me entendam

Thursday, February 02, 2006

casório só ele e ela, por enquanto


Andam numa luta viva com a história do casamento, numa altura em que se casa cada vez menos.A evoluir desta forma e porque "a tradição já não é o que era", quando alguém aflorar o tema casamento, daqui a uns anos, na mesa ao lado alguém comentará

-hummm, a fazer tanta questão no casório?!

Por mim faz favor, também num pulinho se está em Espanha, ou na Holanda e então sim, pela viagem, até vale a pena o casório!

Tão modernos, tão modernos e pelam-se pelo ritual e norma, à antiga!

Foi assim que me pareceu a notícia televisiva,e as duas de igual na cerimónia(gola alta branca e "calça" de ganga, modelito igual)Como é que não apareceu um estilista que ajudasse estas Romeuas, preparadas para revolucionar casando?

E estou num dia capaz de citar Dzrt :"Para mim tanto me faz, que digas coisas boas ou coisas más": se o projecto nos agrada a insistência é persistência, se de alguma forma nos é contrário o mesmo gesto é teimosia e tontice.

Por mim, façam como entenderem .

Uma mímica que sempre me faz rir

hollow

e um coisa muito gay

marika kien

e uma coisa muito gay:desde que andem contentes é o que é preciso!!